O nosso melhor esforço só nos leva até a um certo ponto. Imaginem que, ainda cientes de que a nossa Verdade permanece um pouco longe do objectivo último inatingível, decidíamos partilhar visões, propostas, informação. Como seria essa incrível tarefa colectiva? Que conhecimentos e acções produziria? Que legislação ou políticas seriam levadas a cabo? Que emoções e recompensas enriqueceriam o nosso ser? O que seria de nós se todos colaborassem, nos seus máximos pessoais, para uma arquitectura e destino comuns?
Para cada um dos assuntos que nos afectam deveríamos poder emitir o nosso raciocínio e a nossa decisão. Haveríamos de dispor de uma enorme quantidade de possíveis soluções. Chegar a um conjunto único e refinadíssima, às nossas melhores hipóteses, ao nosso melhor esforço consciente e colectivo... Não porque seja reunido um consenso, mas porque emergem as mais robustas e meritórias propostas, as mais completas e ponderadas. Não haveria soluções perfeitas, mas as probabilidades de acertar aumentariam consideravelmente. E as dinâmicas criadas no entretanto só iriam fortalecer a resposta aos desafios vindouros. Em vez disto, perguntam-nos de 4 em 4 anos se somos rosas ou laranjas, nada mais, menosprezando toda a complexidade que nos vai na alma, rejeitando efectivamente o nosso melhor contributo.
I have a dream too. Um que até nos permite mentir à vontade como até aqui, economizar a actividade cerebral que é um mecanismo imprescindível, enfim, viver a vidinha ao gosto de cada um. Ao mesmo tempo faz com que a decisão das nossas vidas seja a mais consciente de sempre, traduzindo o sonho de resgatar um futuro mais risonho, mais próspero, mais pacífico e mais justo. É o sonho da Participação Democrática. Como sinto que ela está em perigo de desaparecer no tempo da minha geração, há que a agarrar enquanto ainda há a possibilidade de a ter e, mais importante, de a reconstruir...
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